2004/11/27

A ideia de cidade na Grécia antiga

A ideia de cidade na antiga Grécia era, pelo que os livros de história deixam entender, algo vagamente semelhante à nossa ideia de nação. As cidades eram pequenas, Atenas teria menos de 40.000 habitantes e muitas das cidades mais pequenas teriam 10.000 habitantes, dependiam dos terrenos de cultivo e das vias de comunicação nas suas proximidades e havia grande competência entre as cidades.

Em caso de necessidade, por exemplo um acontecimento que destruísse as colheitas, o roubo organizado era uma opção que não se podia ignorar. O exército de uma cidade poderia atacar as zonas mais desprotegidas de outra à procura de alimentos que lhes permitisse sobreviver. A cidade roubada não iria gostar, e pediria compensações, se não se chegasse a acordo iniciava-se a guerra, que culminaria com o ataque directo a uma das cidades.

Numa cidade estado não existiam exércitos organizados e profissionais, a economia e a dimensão das cidades não lhes permitia esse luxo, o exército era constituído por todos os homens livres da cidade, os cidadãos. Todos eles saíam para enfrentar o inimigo, lado a lado combatiam o inimigo da sua cidade.

Após uma batalha às portas da cidade, com as mulheres e crianças a verem desde as muralhas, os soldados vitoriosos eram recebidos em festa, apesar do luto pelos mortos, os vivos eram heróis que tinham protegido a cidade da pilhagem e da escravatura, que tinham protegido os templos dos seus deuses, que tinham garantido a protecção das sementeiras evitando a fome.

A cidade era uma ideia muito importante para um cidadão, ele é parte integrante dela, e ela é parte integrante dele. Deve protegê-la, estimá-la e cuidar dos edifícios, das pessoas, das estátuas, dos deuses, dos campos, dos animais, enfim da cidade. Além de com os seus concidadãos existirem ligações familiares, económicas e de amizade; existia ainda uma forte solidariedade entre aqueles que suavam e sangravam juntos.

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