2004/09/07

O Santo Graal

A primeira vez que me lembro de tomar contacto com o Graal foi na biblioteca de Sintra, lendo um livro de que não me lembro do título, nem do nome do autor.

Lembro-me que fiquei extremamente curioso, que fui à procura de mais livros sobre o tema, e que não compreendi nada do que li, zero. Fiquei com um sentimento estranho, por um lado queria perceber o que era, queria entender os códigos que todos aqueles livros utilizavam; por outro lado fiquei com a ideia de que aquilo era areia a mais para a minha camioneta, que aqueles assuntos deveria ser deixados lá longe. Eu nem sabia o que queria dizer “esotérico”, “místico” e outras palavras igualmente ininteligíveis, muito menos sabia quem eram os templários, rosa-cruz, maçons e outros tais mencionados naqueles livros com uma linguagem tão incompreensível como interessante.

As referências que esses livros faziam a outros acabaram por me levar a ler um atrás do outro, a passar horas e horas na biblioteca (o dinheiro era pouco...) e a começar finalmente a perceber alguma coisita do que os livros diziam. Quando um livro fazia referência ao Budismo eu ia buscar um livro de Budismo; quando a referência era à Cabala, lá ia eu; Hinduísmo, há que ler; Judaísmo, já agora; Tarot? também marcha; Alquimia, venha ela.

Ao fim de alguns anos de leitura, algo errante, por todos esses temas alguém me perguntou:
- O que é o Graal?
Ao que respondi:
- O importante não é o Graal, é o caminho até ele.

Como a minha mulher está a terminar a leitura do Código de Da Vinci, que ainda não li, achei por bem dar-lhe um empurrãozinho e comprar-lhe um livro que li há uma macheia de anos e que inspirou Dan Brown: O Sangue de Cristo e o Santo Graal de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln. Esta edição tem um prefácio de 1996 que não existia na edição que li da primeira vez, e nele está a seguinte frase:

“Ao tentar responder a estas perguntas, demos por nós envolvidos na nossa própria e irresistível aventura, a nossa ‘busca do Graal’ pessoal. Mas isso, afinal de contas, é apenas uma metáfora para aquilo que todos os indivíduos devem fazer de forma a impregnar as suas vidas de significado, objectivo e direcção.”

Recomendo a quem leu o Código de Da Vinci que não fique por aí, há um caminho interminável a percorrer, sentados numa biblioteca ou numa esplanada, por todo o espólio literário da humanidade.

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