Como qualquer cidade grega da época clássica, Esparta possuía Assembleia, Conselho e Magistrados, embora diferisse por ter Reis.
A Assembleia (Apella), constituída por todos os Espartanos, reunia uma vez por mês ao ar livre. Teoricamente decidia a paz ou a guerra, elegia os magistrados e designava os membros do conselho, mas na prática os seus poderes eram limitados, não tendo qualquer influência na política efectiva.
A Gerusia era o conselho de Esparta, vinte e oito cidadãos com mais de sessenta anos eleitos pela assembleia, mais dois Reis, perfaziam os trinta membros desta instituição, os gerontes. O Método de eleição era o do “aplausómetro”, os cidadãos que recebessem mais aplausos da assembleia era os eleitos. Como não existiam máquinas para calcular o ruído, acredito que a votação não fosse muito rigorosa...
Os Éforos eram cinco magistrados eleitos anualmente, sendo um deles o epónimo ou responsável pela educação. Desempenhavam funções judiciais, executivas, presidiam à Assembleia, davam a ordem de mobilização em tempo de guerra e indicavam a táctica a seguir. Podiam banir os estrangeiros e condenar os periecos à morte sem julgamento.
Os Reis eram dois, escolhidos das famílias Reais dos Agíades e dos Euripôntidas. Tinham poderes consideráveis embora limitados um pelo outro, em caso de discórdia os Éforos arbitravam o conflito. Tinham poder absoluto no plano militar, mas em tempo de guerra apenas um deles o detinha. Desempenhavam ainda funções religiosas.
2004/07/31
2004/07/29
A estrutura social de Esparta
Com este artigo dou início a uma série de artigos dedicados à Esparta e à Atenas da época clássica. Começarei por descrever alguns aspectos de cada uma das cidades e depois farei um comparativo entre ambas.
Esparta era uma cidade oligárquica,cuja sociedade estava estratificada em Espartanos, Periecos e Hilotas. Entre estes estratos não havia qualquer mobilidade.
Os Espartanos eram os cidadãos. Para compreender o que significava ser Espartano deve-se dizer que as crianças pertenciam, desde que nasciam, à cidade; as pouco robustas ou deficientes eram eliminadas; as sobreviventes eram educadas pela cidade com primazia pelo exercício físico e militar, pois a guerra era a principal ocupação de Esparta. A cultura tinha pouco peso na educação dos Espartanos, as raparigas também tinham uma educação onde o exercício físico predominava, com o objectivo da darem à luz filhos robustos para a cidade. A esta prática de selecção não natural chama-se eugenia.
Os Periecos eram os habitantes das povoações na periferia da Cidade de Esparta. Tinham autonomia nos assuntos internos, mas nos assuntos externos dependiam exclusivamente de Esparta. Combatiam ao lado dos Espartanos, mas em contingentes separados e não estavam obrigados a seguir a educação Espartana.
Os Hilotas eram servos que serviam o estado e não eram objecto de propriedade privada. A cada cidadão era atribuída uma parcela de terreno (Klêros) e associados a esse terreno estava um número de hilotas. Num dia por ano os Espartanos agrediam gratuitamente e impunemente os hilotas para recordar-lhes qual a estrutura social da cidade.
Esparta era uma cidade oligárquica,cuja sociedade estava estratificada em Espartanos, Periecos e Hilotas. Entre estes estratos não havia qualquer mobilidade.
Os Espartanos eram os cidadãos. Para compreender o que significava ser Espartano deve-se dizer que as crianças pertenciam, desde que nasciam, à cidade; as pouco robustas ou deficientes eram eliminadas; as sobreviventes eram educadas pela cidade com primazia pelo exercício físico e militar, pois a guerra era a principal ocupação de Esparta. A cultura tinha pouco peso na educação dos Espartanos, as raparigas também tinham uma educação onde o exercício físico predominava, com o objectivo da darem à luz filhos robustos para a cidade. A esta prática de selecção não natural chama-se eugenia.
Os Periecos eram os habitantes das povoações na periferia da Cidade de Esparta. Tinham autonomia nos assuntos internos, mas nos assuntos externos dependiam exclusivamente de Esparta. Combatiam ao lado dos Espartanos, mas em contingentes separados e não estavam obrigados a seguir a educação Espartana.
Os Hilotas eram servos que serviam o estado e não eram objecto de propriedade privada. A cada cidadão era atribuída uma parcela de terreno (Klêros) e associados a esse terreno estava um número de hilotas. Num dia por ano os Espartanos agrediam gratuitamente e impunemente os hilotas para recordar-lhes qual a estrutura social da cidade.
2004/07/23
A genética e as diferenças entre géneros
Faz parte do senso comum dizer que, ambos os géneros da espécie humana, têm uma predisposição genética que dita o comportamento em sociedade de cada um deles:
A mulher é mais frágil, mais submissa, mais emotiva, mais afectiva, etc.
O homem é mais forte, mais autoritário, menos emotivo, distante, etc.
Mas será que estas diferenças que observamos são ditadas pela genética?
Se uma rapariga bate com um joelho na perna da mesa quando se senta, é aceitável na nossa sociedade que ela chore, que se queixe durante cinco minutos, que faça caretas estranhas nos trinta segundos após o choque. Até se aceita que fique irascível e mal-humorada.
Se um rapaz bate com o joelho na perna de uma mesa quando se senta, nenhum desses comportamentos é aceitável, seriam alvo de crítica por parte dos outros, o único que é aceitável é dizer um palavrão, ou dizer “isto não é nada.” E nunca manifestar aquilo que está a sentir, sob pena de ser apontado como um elemento a excluir e em caso de persistência desse comportamento inaceitável ser efectivamente excluído.
Admitindo que essa rapariga e esse rapaz sentiram a dor com a mesma intensidade, a exigência que a sociedade faz em relação aos seus comportamentos é completamente diferente. Logo, cada um de nós foi moldado pela sociedade de acordo com o nosso género, para cumprir com o ideal que está enraizado na nossa cultura.
Será a genética que a ditar as diferenças, ou a mente de cada um de nós?
A mulher é mais frágil, mais submissa, mais emotiva, mais afectiva, etc.
O homem é mais forte, mais autoritário, menos emotivo, distante, etc.
Mas será que estas diferenças que observamos são ditadas pela genética?
Se uma rapariga bate com um joelho na perna da mesa quando se senta, é aceitável na nossa sociedade que ela chore, que se queixe durante cinco minutos, que faça caretas estranhas nos trinta segundos após o choque. Até se aceita que fique irascível e mal-humorada.
Se um rapaz bate com o joelho na perna de uma mesa quando se senta, nenhum desses comportamentos é aceitável, seriam alvo de crítica por parte dos outros, o único que é aceitável é dizer um palavrão, ou dizer “isto não é nada.” E nunca manifestar aquilo que está a sentir, sob pena de ser apontado como um elemento a excluir e em caso de persistência desse comportamento inaceitável ser efectivamente excluído.
Admitindo que essa rapariga e esse rapaz sentiram a dor com a mesma intensidade, a exigência que a sociedade faz em relação aos seus comportamentos é completamente diferente. Logo, cada um de nós foi moldado pela sociedade de acordo com o nosso género, para cumprir com o ideal que está enraizado na nossa cultura.
Será a genética que a ditar as diferenças, ou a mente de cada um de nós?
2004/07/20
Diálogo com o Karpov
Na sequência do artigo do Karpov tenho a seguinte a acrescentar à reflexão elaborada por ele.
É bem verdade que o Eu é único, e que a arte é um esforço um Eu faz para comunicar as suas emoções e ideias a outros Eus, mas além disso cada eu é único no tempo. Ou seja, o que um indivíduo sente com 5 anos pode não ser sentido pelo mesmo indivíduo com 50 anos, logo são dois Eus associados ao mesmo ser.
Cada ser tem múltiplas realidades, múltiplos eus, ao longo do tempo. Com sentimentos e ideias únicas em cada momento. Na minha interpetração foi a constatação desta realidade que levou a que no Budismo se negue a existência de um Eu, seja na mesma vida, seja em várias vidas. O apego ao Eu pode ser uma fonte de sofrimento.
É bem verdade que o Eu é único, e que a arte é um esforço um Eu faz para comunicar as suas emoções e ideias a outros Eus, mas além disso cada eu é único no tempo. Ou seja, o que um indivíduo sente com 5 anos pode não ser sentido pelo mesmo indivíduo com 50 anos, logo são dois Eus associados ao mesmo ser.
Cada ser tem múltiplas realidades, múltiplos eus, ao longo do tempo. Com sentimentos e ideias únicas em cada momento. Na minha interpetração foi a constatação desta realidade que levou a que no Budismo se negue a existência de um Eu, seja na mesma vida, seja em várias vidas. O apego ao Eu pode ser uma fonte de sofrimento.
2004/07/18
Framework .NET 2.0 Beta
Este artigo é destinado apenas aos iniciados...
Se tiverem o Reporting Services a correr sobre o SQL Server 2000 NÃO instalem o "Visual Web Developer 2005 Express Edition Beta" porque o Reporting Services (RS) fica marado.
Aparentemente o RS perde a chave para decifrar as passwords que guarda nos ficheiros rds (Report Data Source) e nas definições de segurança dos reports. A Connection String da própria base de dados do RS fica guardadinha, mas sem a chave para a decifrar e o Web Service do RS não funciona, não sendo possível fazer o Deploy de reports a partir do Visual Studio 2003.
Tive de desinstalar a Framework 2.0 que vinha com o Visual Studio 2005, limpar todos os dados que o RS tinha cifrados (com o comando rskeymgmt), reconfigurar o RS (comando rsconfig) e fazer iisreset.
Enfim, duas horas gastas nesta treta. Obrigado Microsoft.
Se tiverem o Reporting Services a correr sobre o SQL Server 2000 NÃO instalem o "Visual Web Developer 2005 Express Edition Beta" porque o Reporting Services (RS) fica marado.
Aparentemente o RS perde a chave para decifrar as passwords que guarda nos ficheiros rds (Report Data Source) e nas definições de segurança dos reports. A Connection String da própria base de dados do RS fica guardadinha, mas sem a chave para a decifrar e o Web Service do RS não funciona, não sendo possível fazer o Deploy de reports a partir do Visual Studio 2003.
Tive de desinstalar a Framework 2.0 que vinha com o Visual Studio 2005, limpar todos os dados que o RS tinha cifrados (com o comando rskeymgmt), reconfigurar o RS (comando rsconfig) e fazer iisreset.
Enfim, duas horas gastas nesta treta. Obrigado Microsoft.
2004/07/13
Iraque pede colaboração da NATO para policiamento das fronteiras
Era este o título de uma notícia no Publico.
Parece-me que até o novo gorverno iraquiano, que foi nomeado pelos Estados Unidos, tem mais juízo do que a administração Bush. Era expectável que o governo Iraquiano tivesse dificuldades em criar a sua própria força militar e que a saída do exécito Americano se adiasse indefinidamente, prolongando a situação de ocupação, apesar de o governo já ter afirmado que os Estados Unidos estão no Iraque por convite... A ajuda militar é necessária e urgente, mas a quem recorrer?
À Liga Árabe? À União Europeia? À Russia? A quem? Nenhum destes candidatos parece uma boa solução para a geneticamente modificado Iraque pós-Sadam, nenhum lhe daria garantias de isenção e de eficácia. Mas a NATO tem assumido cada vez mais o papel de prestadora de serviços à ONU, portanto, tem legitimidade para operar num país soberano sem que independência desse país seja posta em causa. A maioria das tropas presentes neste momento no Iraque são da Nato, mas não têm mandato da ONU, agem na ilegalidade.
Quando o Iraque pede a intervenção da NATO é provável que esta peça autorização à ONU, é também provável que esta, por sua vez, dê à NATO um mandato para o Iraque. Desta forma a situação fica perfeitamente legitimada, o governo limitou-se a resolver um problema já existente, encerra definitivamente a situação de ocupação em que se encontra e ajuda o seu amigo George W. Bush.
Se houvessem decisões destas noutros locais do mundo...
O passo seguinte seria a entrada do Iraque na NATO, aí a Coligação poderia finalmente dizer que fez algo de positivo, pela paz no mundo.
Parece-me que até o novo gorverno iraquiano, que foi nomeado pelos Estados Unidos, tem mais juízo do que a administração Bush. Era expectável que o governo Iraquiano tivesse dificuldades em criar a sua própria força militar e que a saída do exécito Americano se adiasse indefinidamente, prolongando a situação de ocupação, apesar de o governo já ter afirmado que os Estados Unidos estão no Iraque por convite... A ajuda militar é necessária e urgente, mas a quem recorrer?
À Liga Árabe? À União Europeia? À Russia? A quem? Nenhum destes candidatos parece uma boa solução para a geneticamente modificado Iraque pós-Sadam, nenhum lhe daria garantias de isenção e de eficácia. Mas a NATO tem assumido cada vez mais o papel de prestadora de serviços à ONU, portanto, tem legitimidade para operar num país soberano sem que independência desse país seja posta em causa. A maioria das tropas presentes neste momento no Iraque são da Nato, mas não têm mandato da ONU, agem na ilegalidade.
Quando o Iraque pede a intervenção da NATO é provável que esta peça autorização à ONU, é também provável que esta, por sua vez, dê à NATO um mandato para o Iraque. Desta forma a situação fica perfeitamente legitimada, o governo limitou-se a resolver um problema já existente, encerra definitivamente a situação de ocupação em que se encontra e ajuda o seu amigo George W. Bush.
Se houvessem decisões destas noutros locais do mundo...
O passo seguinte seria a entrada do Iraque na NATO, aí a Coligação poderia finalmente dizer que fez algo de positivo, pela paz no mundo.
2004/07/09
Novo governo
O Presidente da Republica decidiu pedir à maioria parlamentar para formar um novo governo após a saída do anterior primeiro-Ministro para assumir o lugar de presidente da Comissão Europeia.
Penso que decidiu bem. Para que quem votou nos neo-liberais se arrependa ainda mais do que já está, mais dois anos farão mais pela esquerda portuguesa do qualquer campanha eleitoral.
E escrevo isto sem uma ponta de ironia.
Penso que decidiu bem. Para que quem votou nos neo-liberais se arrependa ainda mais do que já está, mais dois anos farão mais pela esquerda portuguesa do qualquer campanha eleitoral.
E escrevo isto sem uma ponta de ironia.
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