2005/04/19

Na minha mesa de cabeceira

Acabei de ler "O Jardim da Delícias" de João Aguiar, Edições ASA, 2005.

É o quarto texto de João Aguiar que leio, antes li as suas obras passadas na época de Viriato e Sertório. Todos eles nos levam para longe no tempo, mas fisicamente perto pois a narrativa localiza-se no espaço físico de Portugal. A diferença deste livro em relação aos outros é que o espaço temporal é futuro em vez de passado.

O autor apresenta uma visão céptica do futuro da União Europeia, um vislumbre de um futuro possível em que as nações e os estados da Europa perdem importância dentro da “Federação” dominada por poderes económicos. Nesse cenário a transformação da União Europeia numa plutocracia centralista leva ao surgimento de movimentos “integristas” que defendem o regresso de autoridade aos estados, nessa altura chamados de “regiões”.

Tudo acaba mal com um conflito generalizado entre “integristas” e “Federação”, com o personagem principal, um jornalista que se alimenta de álcool, a ficar no meio criticando ambas partes do conflito.

Interessante o conceito de “equilíbrio dinâmico” que o autor apresenta como alternativa ao movimento pendular que as sociedades humanas tendem a efectuar entre o autoritarismo e a anarquia.

2 comentários:

Isa Maria disse...

gosto de ler João Aguiar. Este ainda não li. Queixo-me de falta de tempo, mas até parece mal dizê-lo. Nunca deveria haver falta dela para ler...desculpas de mau pagador, penso eu. Mas A UAberta, tira-me algum desse tempo.Pode ser que para o ano já me sobre mais algum.

Rui Sousa disse...

Percebo perfeitamente.
Só agora, faltam-me duas cadeiras para cabar a licenciatura, é que consegui voltar a ler literatura.
Mas vale a pena.