Respondi ao questionário do Political Compass, Bússula Política na versão portuguesa disponível no Público, e devo dizer que fiquei surpreendido com o resultado:
Esquerda / Direita: -2.75
Autoritarismo / Libertarianismo: -5.79
Sempre me considerei democrata com tendências anarquistas, mas nunca do centro esquerda... à direita do Socrates?!!!
Fiquei ainda mais chocado quando li, no artigo da autoria de Pedro Magalhães, que "não é por acaso que a maior parte dos bloggers portugueses que vão divulgando os resultados que obtêm no Political Compass, mesmo os que se definem “à direita”, apareçam, por vezes para seu enorme espanto, na “esquerda libertária”. “Esquerda” porque vivem em Portugal e na Europa, partilhando, talvez sem disso se darem conta, dos seus consensos." Disto entendo que o centro dos valores económicos na europa está mais à esquerda do que o centro noutros países, será que os meus -2.75 representarão o centro do eixo económico na Europa?!
Enfim...
nosce te ipsum
A nossa existência é feita de uma sequência de mortes e renascimentos, o nosso eu vai morrendo e outros vão nascendo ao longo do tempo. Há momentos em que nos apercebemos da mudança, que é inevitável, e neles devemos assinar a certidão de óbito do eu morto para receber com alegria o eu acabado de nascer.
2004/12/20
2004/12/15
Ideia de cidade II
Na história de Roma de Tito Lívio a fundação de cidades e o conceito de cidade é semelhante à que Sófocles transmite na sua comédia "As Aves".
Neles a fundação de uma cidade é um acto nobre, um acto inspirado que é posto em prática por homens, mas que se aproxima do divino. Ou melhor, aproxima o homem do divino, havendo até vários casos na história em que os fundadores da cidade são divinizados.
A cidade, enquanto abstracção, evolui para a um conceito mais abrangente e mais complexo, mas da mesma natureza, que é a nação. Hoje continuamos a "divinizar" os fundadores da nação, e todos aqueles que tiveram um papel importante na defesa ou na definição da nação. Políticos, artistas e militares, ou os seus feitos, merecem estátuas, nomes de ruas e feriados. O culto que lhes prestamos é cultural ou patriótico, já não é religioso, mas continua a ser um culto.
Do latim civitas vêm as palavras cidade e cidadão, e do grego pólis vêm as palavras política e policía, em Atenas os nossos conceitos de cidadão e de político eram eram um só, sendo que todos os cidadão faziam política na assembleia. Noutras sociedades, como a nossa, esses conceito afastaram-se cada vez até chegar ao ponto de um político ser uma classe de cidadão com privilégios legais e sociais.
O nosso regime político é uma democracia representativa partidária, difere da ateniense por serem os partidos políticos a representar os interesses dos cidadãos na assembleia. O problema deste sistema é a diferença entre a representação dos cidadãos e a representação dos partidos.
Neles a fundação de uma cidade é um acto nobre, um acto inspirado que é posto em prática por homens, mas que se aproxima do divino. Ou melhor, aproxima o homem do divino, havendo até vários casos na história em que os fundadores da cidade são divinizados.
A cidade, enquanto abstracção, evolui para a um conceito mais abrangente e mais complexo, mas da mesma natureza, que é a nação. Hoje continuamos a "divinizar" os fundadores da nação, e todos aqueles que tiveram um papel importante na defesa ou na definição da nação. Políticos, artistas e militares, ou os seus feitos, merecem estátuas, nomes de ruas e feriados. O culto que lhes prestamos é cultural ou patriótico, já não é religioso, mas continua a ser um culto.
Do latim civitas vêm as palavras cidade e cidadão, e do grego pólis vêm as palavras política e policía, em Atenas os nossos conceitos de cidadão e de político eram eram um só, sendo que todos os cidadão faziam política na assembleia. Noutras sociedades, como a nossa, esses conceito afastaram-se cada vez até chegar ao ponto de um político ser uma classe de cidadão com privilégios legais e sociais.
O nosso regime político é uma democracia representativa partidária, difere da ateniense por serem os partidos políticos a representar os interesses dos cidadãos na assembleia. O problema deste sistema é a diferença entre a representação dos cidadãos e a representação dos partidos.
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