2004/05/22

Excesso de velocidade

Todos sabemos a quantidade de acidentes que ocorrem nas estradas portuguesas, têm havido várias campanhas de sensibilização nesse sentido e a comunicação social faz-nos lembrar dessa realidade com frequência. Mas o que é feito para evitar os acidentes e as mortes?

Tolerância zero?!!! Acho que é uma das maiores hipocrisias da nossa república. A tolerância não deve existir nunca, tem que haver responsabilização dos cidadãos que se comportam de uma forma criminosa e assassina. Se alguém faz a IP5 a 180 km/h devia ser penalizado por isso, sem tolerância alguma, nunca.

As leis até são bem pensadas e teoricamente protegem-nos destes perigos. Nas estradas localizadas em povoações o limite é de 50 km/h, a essa velocidade um carro em boas condições deve conseguir parar em segurança perante um imprevisto qualquer. Mas a lei não é cumprida, e de uma forma generalizada e impune. Se houvesse um agente de autoridade por cada cidadão a controlá-lo e a garantir que a lei era respeitada, tínhamos um sistema eficaz, mas esta solução é incomportável por razões óbvias. Mecanismos de controlo automáticos, como os radares, seriam outra solução eficaz, mas o custo, para o estado, de cobrir todas as estradas por radares é impeditivo.

Depois de dedicar algum tempo cogitação a este tema, penso que uma solução viável passa pela acção dos nossos legisladores, nacionais ou comunitários, no sentido de obrigar a que os veículos comercializados tenham limitadores de velocidade. Muitos dos fabricantes já têm tecnologia que permite a implementação desta solução, e até comercializam veículos com essas características, embora com o objectivo de tornar a condução mais cómoda e não mais segura.

Quais seriam os efeitos práticos desta solução? Os acidentes continuariam a ocorrer, sem dúvida alguma, mas as suas consequências não seriam tão devastadoras. Embater a 120 km/h não é o mesmo que embater a 190 km/h.

Claro que a verdadeira solução está nas cabecinhas dos condutores. O automobilista é muitas vezes egoísta, vê a estrada como um autódromo, e tem interiorizada uma noção de irresponsabilidade que grassa pela nossa sociedade.

Mas a noção de irresponsabilidade é tema para outro artigo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu gramo mesmo é dar 200 à frente das operações Stop